quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Está chegando a hora, é hora de partir...

Enfim, a minha data de volta está próxima. Volto apaixonada pelo meu país, ainda mais grata por ter a família, os amigos e a vida que tenho, porque é tudo melhor do que vi por aqui. Em meu círculo vejo "gente fina, elegante e sincera".
Não me adaptei a quase nada por aqui, mas com muita certeza, sentirei saudades do meu irmão, da minha mãe, de Nova York, das pizzas do Domino's, da salada do Olive Garden, dos programas da MTV, dos 357 mil seriados que eu fiquei viciada, das roupas perfeitas da Forever 21, das promoções, dos sanduíches feitos pelo meu irmão, da macarronada da minha mãe, de ser carregada no colo quando está nevando, de ter meu irmão me levando e buscando na faculdade todos os dias, sempre me levando até a porta da sala, suuper protetor e dos Kit Kats que comia loucamente pelo menos uma vez por semana.
Acho que mesmo não gostando do lugar, conhecer e morar em outro país vale sim, e muito, como experiência profissional e de vida. É interessante ver como pessoas tão diferentes de você se comportam, quais são os costumes, e poder perceber que com a tecnologia que temos, todas as fronteiras, diminuíram de forma muito significativa.
Quando chegar no Brasil, posto contando os micos da viagem.
Feliz ano novo pra quem fica, e obrigada a quem teve paciência pra ler minha saga durante esses cinco meses.

Natal

Nunca fui muitoo fã de natal, mas na hora da festa, é impossível não me contagiar, sensibilizar e achar tudo uma graça. Acho que gosto mais pela bagunça que vira, por ter a família inteira reunida, do que pela data em si, que, na minha opinião, há muito tempo deixou de ser comemorada pelo real motivo. Mas, enfim..
Passei o natal na casa de uma amiga da minha mãe com mais amigos, crianças, casais e cachorro. E para minha surpresa, até o cachorro ganhou presente. Achei hiláário.
E fiquei pensando como é engraçado, pois o natal é uma comemoração feita para as pessoas acima da Linha do Equador. As comidas, bebidas, a tal da rena do nariz vermelho, chamada Rudolph, que pra mim, parece nome de algum nazista alemão; a árvore de natal, que é pinheiro, uma das únicas árvores que permanece intacta com o inverno e a neve, o Papai Noel com aquelas roupas quentinhas. Agora, vá jogar tudo isso no Brasil e me responder qual o sentido. Papai Noel deveria usar bermuda e camiseta, já que na época de natal, tá calor pra burro; a árvore de natal, provavelmente deveria ser um mini pé de laranja; as comidas, mais leves, a rena, trocada por um burrinho, e tantas outras coisas.
E detalhe: Todo mundo por aqui usa roupa vermelha no Natal. A cara da breguice, mas, cada louco com a sua loucura. E comemoram somente no dia 25. Acho que brasileiro é que é chegado na bagunça e farofa, e comemora no dia 24, 25, e se puder até o dia 1 de janeiro. E eu sou parte desses. Adorooo essa bagunça.

Primeira neve

Sabe aquele papo de velho excitado, que diz que "demora, mas chega lá"??
Então, a neve por aqui esse ano, foi mais ou menos isso. Só resolveu dar o ar da graça no dia 21, no que, eu, achei ótimo, já que estava morrendo de medo de levar vários tombos no trajeto carro-sala de aula. E minhas aulas acabaram no dia 16 (falando em aula, fui quase boa aluna, e passei com um A-). Portanto, fui poupada do mico.
Voltando a neve, quem foi o filho de uma boa rapariga que disse que a tal da neve é linda, é mágica e todas aquelas coisas? Estou tentando lembrar, pra cortar o pescoço dessa "boa alma". Lhes digo, NÃO tem nada disso. É o mesmo que imaginar um freezer que há meses não é limpo em grandes proporções, e se colocar lá dentro.
Gela absurdamente, estraga o cabelo (*momento mulherzinha), escorrega horrores (*não ajuda os desastrados, como eu), causa acidentes absurdos, impossibilita um monte de coisas, como trabalhar e sair. Dependendo do grau das tempestades de neve, as pessoas ficam ilhadas em casa, literalmente.
E, como sou mais fechada que cú de missionária, a neve chegou arrebentando. Em um dia, nevou o esperado para todo o MÊS de dezembro. Beleza né! A neve ia até o joelho mais ou menos. Carros sem tração nas rodas, nem saem do lugar, e se saem, deslizam feito quiabo. Passamos 3h e meia tirando neve ao redor dos carros, para que eles pudessem pelo menos sair do lugar, já que a Prefeitura só limpa a neve das ruas. Esses "lindos" detalhes ninguém conta, ou mostra em filme. Maldades a parte, no final das contas foi divertido fazer guerra de neve com meu irmão (sem infância, eu sei), afundar o pé na neve e etc. Para mim, que sou turista, e, estou indo embora, é engraçadinho. Mas para quem vive aqui, e precisa acordar pelo menos 1h mais cedo quando está nevando, para tirar neve do carro, definitivamente, não é legal. Me disseram que neve só é bacana, pra quem vê pela primeira vez, ou aproveita e vai embora. E, faz todo sentido.
Outro lindo detalhe, o sol dá as caras quase as 07h a.m, e ás 16h, já está escuro como se fosse noite. Dá uma tristeza. Gosto de sol, calor, brisa. Definitivamente, sou muuuuito tropical pra morar acima da linha do Equador.




Um dia depois, e a neve já tinha suuper abaixado na porta da minha casa

Primeiro dia, pós-tempestade

Primeiro dia de neve. Sente o meu desespero


Aniversário

Pra começar a atualização do mês.

Dia 11, foi meu aniversário. 23 anos completados. Começo a pensar na possibilidade em aceitar cremes anti-rugas como presente. Como boa alma e corpo acima do peso que possuo, fui jantar no Olive Garden , restaurante italiano da melhor qualidade que existe no país inteiro, então, futuros turistas fãs de comida italiana, anotem o nome. Melhor comida do mundo, e a melhor salada do mundo (e odeeeio salada, portanto, pra dizer isso, é porque é boa mesmo).
Como todo típico aniversário americano comemorado em restaurante, os garçons vieram de surpresa cantando Parabéns, com bolo na mão. Em plena sexta-feira, o restaurante "quase" não estava cheio, então, imagina o grau da minha vergonha. A melhor parte do aniversário: o bolo. Minha mãe encomendou um bolo de maracujá, feito por uma senhora brasileira famosa pelos quitutes aqui no Cape Cod. Juro, não sou fã de bolos de aniversário, mas nunca comi um bolo tão bom na vida.
Por aqui, gostei de poucas comidas, mas em compensação, as que gostei, foram as melhores já experimentadas. Dá uma espiada no meu bolinho. Esganaaaaada, coitada!






terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Porque prefiro o Brasil

Muita gente me pergunta, se estou gostando daqui. O que achei, o que deixei de achar. E quando digo que não gostei, quase todo mundo fica sem entender, ou me acha louca. Então, aí vão algumas razões (poucas, porque foram as únicas que me ocorreram no momento, e já citei outras, em outros posts).

Horário limite para festas e bares aqui: 01 am.
Brasil: Não tem hora para acabar.

Brasil: você tem a liberdade de tomar a sua cervejinha, sem precisar escondê-la de ninguém.
Aqui: A sua bebida é comprada em uma loja específica, onde vendem apenas bebidas alcoólicas e cigarros, e para sair dela, a bebida precisa estar embalada em um papel (parecido com aqueles que coloca-se o pão francês comprado na padaria). E não, não tem bar perto da faculdade. Ah, e a bebida é apenas para maiores de 21 anos, o que para mim não faz muito sentido, já que aos 16, é possível que o jovem tire carteira. Que se estabeleça a habilitação para os 21 também, já que aos 16, a noção é quase 0.

Brasil: Apesar de ser muito precário, existe um sistema público de saúde, e existem bons médicos.
Aqui: Você se vira e paga seu plano de saúde (sempre caríssimo). E se não puder pagar, quando precisar se internar, faz uma espécie de dívida com o governo, e vai pagando aos poucos pelo seu tratamento. Por aqui, todos reclamam dos médicos. E é incrível como a quantidade de erros médicos é grande, e escondida.

Brasil: Existe comida de qualidade.
Aqui: Definitivamente, não. E o que existe de razoável, normalmente é comida típica de outro país.

Brasil: Não sei se por malandragem, ou pelas dificuldades que o país tem, as pessoas lutam mais, trabalham mais, têm mais vontade de vencer. (Nem todo mundo, e sei disso. Falo, pelas pessoas que conheço).
Aqui: Normalmente, são acomodadas, e acomodadas com muito pouco.

Brasil: Embora seja criticado, o ensino do nosso país, ainda consegue ser melhor que o ensino daqui. Acreditem se quiser. Assim como no Brasil, por aqui, o ensino de qualidade se concentra nos colégios particulares, e, em poucas universidades.

Brasil: Sol o ano inteiro. Calor. Dias lindos.
Aqui: Três meses de sol e calor, e o resto do ano, com dias frios, nublados e chuvosos.

E antes que alguém imagine que estou falando do mundo de Alice no país das maravilhas, e não do Brasil, estou cansada de saber dos problemas do país. Acontece que, aqui, os problemas são basicamente os mesmos, alguns mais amenos, e todos, camuflados. Aqui também tem violência, tem assalto, tem morte, tem muitaaaaa gente trapaceira, interesseira e fútil, assim como também tem pessoas bacanas, tem acidentes no trânsito, e pasmem, não são poucos.
E sei também, que grande parte dos problemas do meu país, poderia ser contornado, se a política melhorasse, e houvesse mais investimento na educação de base.
Óbvio, que assim como qualquer outro local que se conheça, é interessante, vale como experiência, mas não chega aos pés do meu Brasil varonil.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Momento jacuepobre.com

Ontem fui fazer as compras de natal para família e as lembranças para as amigas, e eis que encontro uma máquina que vende Ipod na Macys...Vou explicar melhor. Sabe aquelas maquininhas, que parecem geladeira, e tem bala, chips, e latinhas de refrigerante? Então, uma daquelas, mas vende Ipod. Pensaaa no luxo, e em uma pessoa jacu quase se sentando em frente a máquina. Pois é, fui eu. Coitada né?!